O que é a ASMA?
A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que, em indivíduos susceptíveis, origina episódios recorrentes de pieira, falta de ar, sensação de peso no peito e tosse, sintomas estes que estão geralmente associados a uma obstrução generalizada, mas variável, das vias aéreas, a qual é reversível espontaneamente ou através de tratamento.
A sua causa não é completamente conhecida sabendo-se, no entanto, que o que está na sua base são mecanismos de hiperreatividade que alguns indivíduos têm quando são expostos a estímulos que são inofensivos para indivíduos saudáveis. Alguns desses estímulos incluem, por ex., pólenes das plantas, fumo do tabaco, ácaros, alterações bruscas de temperatura ou a prática de exercício físico.
Actualmente, a asma afeta de 700 mil portugueses (6,8% da população) mas estima-se que mais de metade dos doentes asmáticos não tem a sua asma controlada.
Quais os principais sintomas?
Tendo por base um processo inflamatório que condiciona a diminuição do diâmetro das vias aéreas, dificultando a entrada e saída do ar, faz com que o doente asmático apresente, de forma geral, sintomas tais como dispneia (sensação de “falta de ar”), sibilância (frequentemente designada por pieira ou como “gatinhos”), opressão torácica (sensação de peso no peito) e tosse, normalmente à noite ou no início da manhã.
As exacerbações ou as crises agudas têm um carácter episódico mas a inflamação das vias aéreas é crónica. A prevenção e o controlo constituem factores de extrema importância pois permitem evitar episódios de asma que podem evoluir para situações mais graves.
Como controlar e tratar a Asma?
Embora não exista cura para a asma, é possível controlar a frequência e intensidade dos sintomas, prevenir as crises de asma ou a necessidade regular de medicamentos de alívio.
As medidas ambientais (reduzindo ou evitando a exposição ao(s) alergénio(s) ou factores desencadeantes) e a medicação são essenciais para a maioria dos doentes asmáticos. Existem dois tipos principais de tratamento: medicação de “alívio”, utilizada quando necessário (em “SOS) que visa aumentar o diâmetro das vias respiratórias, aliviando os sintomas, e a medicação de “manutenção”, administrada diariamente que visa diminuir e controlar a inflamação das vias respiratórias e, consequente, diminuir ou eliminar os sintomas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da asma baseia-se na história clínica de sinais ou sintomas característicos, presença de antecedentes familiares ou outras doenças associadas (por ex., renite alérgica), pelo exame objectivo de sinais de obstrução e confirmado pelos exames de função pulmonar (espirometria).
Se necessário, poderão ser realizados ainda outros exames complementares (por ex, prova de provocação, testes de sensibilidade cutânea para deteção de potenciais alergias)
Saiba mais sobre este e outros temas em Mais Momentos.
Referências:
- Direção-Geral da Saúde. Norma 006/2018 “Monitorização e Tratamento Para o Controlo da Asma na Criança, no Adolescente e no Adulto”, disponível em https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/norma-n-0062018-de-260220181.aspx
- Direção Geral da Saúde. Boas práticas e orientações para o controlo da asma no adulto e na criança– Direção Geral da Saúde, revisão 2014.Disponível em https://www.dgs.pt/documentos-epublicacoes/boas-praticas-e-orientacoes-para-o-controlo-da-asma-no-adulto-e-na-crianca-2- edicao.aspx
- Guia “Tudo o que deve saber sobre Asma”( SPP, 2017), disponível em https://www.sppneumologia.pt/uploads/subcanais_conteudos_ficheiros/guia-asma_2017.pdf