1. Todas as pessoas conhecem alguém que sofre de enxaqueca (ou sofrem elas próprias)
- A enxaqueca é a 3ª doença mais prevalente no mundo
- A enxaqueca é mais comum entre os 18 e os 44 anos de idade
- Cerca de 90% dos doentes com enxaqueca apresenta história familiar da doença
2. A maioria das pessoas não tem ideia de quão incapacitante pode ser a enxaqueca
- A enxaqueca é a 6ª doença mais incapacitante do mundo e a 1ª abaixo dos 50 anos de idade
- Mais de 90% dos doentes são incapazes de trabalhar ou funcionar normalmente durante uma crise de enxaqueca
3. A enxaqueca é muito mais do que uma “má dor de cabeça”
- A enxaqueca é uma doença neurológica com sintomas neurológicos extremamente incapacitantes
- Geralmente, manifesta-se como uma dor recorrente intensa e latejante, num dos lados da cabeça (mas em cerca de 1/3 das crises, pode afetar ambos os lados)
- As crises são frequentemente acompanhadas por um ou mais dos seguintes sintomas incapacitantes: distúrbios visuais, náusea, vómitos, sensibilidade aos sons, luz e cheiros e formigueiro ou dormência nas extremidades da face
- Cerca de 25% dos doentes apresentam um distúrbio visual chamado de aura, que normalmente dura menos de 1 hora
- As crises podem durar entre 4 a 72 horas
4. Para muitos doentes, a enxaqueca é uma doença crónica que diminui significativamente a sua qualidade de vida
- O abuso de medicação é a razão mais frequente para a enxaqueca episódica se tornar crónica
- A depressão, ansiedade e distúrbios do sono são comuns nos doentes com enxaqueca crónica
- Mais de 20% dos doentes com enxaqueca crónica estão incapacitados, e a probabilidade de incapacidade aumenta acentuadamente com o número de
comorbilidades existentes
5. A enxaqueca afeta desproporcionalmente as mulheres
- 85% dos doentes com enxaqueca crónica são mulheres
- Aproximadamente 1 em cada 4 mulheres irão experienciar enxaqueca durantes as suas vidas
- Antes da puberdade, os rapazes são mais afetados que as raparigas, mas durante a adolescência, o risco de enxaqueca e a sua gravidade aumenta no sexo feminino
- 3 vezes mais mulheres que homens sofrem de enxaqueca na idade adulta
- Cerca de metade das mulheres que sofrem de enxaqueca têm mais do que uma crise por mês, e 25% têm 4 ou mais crises por mês
- As crises mais graves e frequentes resultam frequentemente de flutuações nos níveis de estrogénio
6. A enxaqueca também atinge as crianças
- Cerca de 10% das crianças em idade escolar sofrem de enxaqueca
- 50% dos doentes com enxaqueca sofrem a primeira crise antes dos 12 anos de idade
- As crianças que sofrem de enxaqueca faltam duas vezes mais às aulas que aquelas que não sofrem de enxaqueca
- Na infância, os rapazes sofrem mais frequentemente de enxaqueca que as raparigas; à medida que a adolescência se aproxima, a incidência aumenta mais rapidamente nas raparigas
- Uma criança que tenha um progenitor com enxaqueca tem 50% de probabilidade de a herdar; e se ambos os progenitores sofrerem de enxaqueca, a probabilidade aumenta para 75%
7. A enxaqueca é um problema de saúde pública com graves consequências sociais e económicas
- Na europa, o custo anual com a enxaqueca atinge os 111 biliões de euros
- 60% das pessoas com enxaqueca grave faltam, em média, uma semana por mês ao trabalho
- Os custos com saúde são 70% mais elevados numa família com enxaqueca comparativamente com uma família não afetada pela doença
- Os doentes com enxaqueca têm elevados custos médicos, pouco apoio e acesso limitado a cuidados de saúde
8. A enxaqueca é uma doença mal compreendida, subdiagnosticada e subtratada
- Mais de metade dos doentes com enxaqueca nunca foi diagnosticada
- A maioria dos doentes com enxaqueca não procura ajuda médica
- Apenas 4% dos doentes com enxaqueca procuram ajuda junto de especialistas de cefaleias
- Embora 25% dos doentes deveriam beneficiar de tratamento preventivo, apenas 12% o fazem
- Apesar da elevada prevalência da enxaqueca e do seu significativo impacto no indivíduo, nas famílias e na economia, a investigação sobre as causas e tratamento da enxaqueca encontra-se subfinanciada
1. migraineresearchfoundation.org/about-migraine/migraine-facts/, acedido em Novembro 2019
2. Linde M et al, European Journal of Neurology 2012, 19: 703–e43
3. Martelletti P et al, Headache Pain. 2018 Nov 27; 19(1):115.